No dia 3 de janeiro, Vítor Pires comemora o primeiro ano da sua empresa. Aos 48 anos, é um homem novo. Decidiu sair do Barclays, onde trabalhava, no final de 2015, após 20 anos a trabalhar no setor. Esteve um ano a preparar um novo projeto que arrancou há um ano. Abriu uma agência da ERA, do setor imobiliário, em regime de franchising. Fê-lo com Rui Braz, que trabalhou na banca mais de 25 anos, tendo saído quando estava no Novo Banco. A empresa, que emprega uma equipa de oito pessoas, está a crescer e pode mesmo ser a startup do ano da ERA em Portugal. Situada em Alcabideche, em Cascais, a agência é moderna e é a partir dali que Vítor e Rui vivem a nova vida de ambos. Não pensam ficar por aqui e já estão a preparar um novo projeto a funcionar em paralelo ao atual, focado na venda de casas em Portugal a estrangeiros. Não se arrepende de ter saído do banco. “Financeiramente não estou melhor mas vou ficar. Tenho mais qualidade de vida. Mais liberdade, trabalho mais, só que com alegria”, disse ao DN/Dinheiro Vivo na sua agência no centro de Alcabideche. “Estar a trabalhar a um sábado de manhã é bom, hoje é um dia normal, enquanto antes, quando estava no banco, era um dia perdido por saber que iria trabalhar no dia seguinte.” Agora trabalha das 08.00 às 20.00 e é feliz. Vítor começou a carreira em 1992 no Banco Espírito Santo. “Queria comprar casa e ser bancário trazia muitas vantagens”, disse. Em 2007 aceitou uma proposta para ir para o Barclays como gestor no acompanhamento de projetos. Com a crise no setor e no próprio Barclays, esteve para sair em novembro de 2014. Mas acabou por aceitar ficar mais um tempo na área de financial crime até dezembro de 2015. “O banco tinha um plano de rescisões e refleti. Ou saía por decisão minha ou iriam acabar por decidir por mim. E eu gosto de ser eu a decidir sobre a minha vida.” Agora, Vítor Pires quer contratar mais funcionários que podem vir da banca. “Quero bancários a trabalhar comigo. Os bancários têm muita experiência e conhecimentos e com facilidade trabalham bem noutras áreas”, referiu. E quis deixar uma mensagem aos bancários que saíram do setor e vivem a pensar no passado. “Vivam para o futuro. Há vida para lá da banca e até é muito, muito melhor.”
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